quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Graças e medos

           Hoje tive medo entrar em sono profundo e não acordar mais, é engraçado que eu entro em desespero comigo mesmo. Estou lendo A Cabana (indico por ser uma boa leitura), ainda estou no capítulo 5, mas a história meche com meu subconsciente de modo que me assusto. Tive um sono leve e uma pequena impressão de que dormia com os olhos abertos, raramente sonho, sonhar para mim é ter a liberdade de mudar o final da história e são pouquíssimas as vezes em que eu tenho domínio de fazer um sonho terminar do jeito que quero.
          Hoje estive em transe, uma escolha que mudaria meu destino, uma escolha onde não fui capaz de fazer por medo de errar e pensar que foi a ultima noite que sonhei. No sonho haviam duas vozes masculinas que pareciam deuses, eram bem autoritários e tinham baita domínio do que falavam, no centro de tudo uma bíblia enorme.
          Estranhamente uma dessas vozes me contava alguns descritos bíblicos mudando algumas coisas que na bíblia verdadeira não existem e a outra voz permanecia calada como se observasse minha reação. Até que a outra voz me percebeu bobinha e crente em tudo que ouvia e disse: "você está acreditando mesmo em tudo que esta vendo e ouvindo? Está?"
Senti-me sob uma pressão que me tirou o fôlego, eu não conhecia nenhuma das duas vozes e de repente a voz inicial que lia a bíblia para mim começou a me puxar sobre um emaranhado de letras e a outra voz dizia:"Depois de tudo que você aprendeu está acreditando em tudo que ele fala?" Essa voz era chata e insistente me fazia entrar em desespero, o que eu ouvia era bonito apesar de mudar algumas partes, mas a segunda voz parecia decepcionada comigo e eu fiquei no meio entre as duas vozes como uma nota musical que faria a diferença na música, mas eu não tive coragem de entrar em nenhuma dança. Senti que algo me puxava, me pressionava para que eu escolhesse em quem acreditar e não fui capaz de decidir a ponto de despertar trêmula e sem ar e sair correndo para a cama de mamãe.
Se bem que minha loucura estava tão perplexa, pois nunca ouvi nenhuma historia de pessoas jovens e sadias que repousam em uma noite e se vai para sempre. Mas admito que sorri em meio ao desespero sonífero, não me lembro a hora em que acordei trêmula (geralmente quando tenho esse tipo de coisa, é cerca das três da madrugada), a ponto de procurar uma brechinha na cama da minha mãe para afagar meu medo, mas essa brechinha não existia. Então voltei para minha cama, acendi a luz e disse para mim mesma que era apenas um sonho e que sou muito medrosa, deitei e sorri de mim, temi adormecer, mas adormeci em um túnel escuro e eu pequenina em meus medos acordando de dez em dez minutos pedindo para o dia amanhecer logo... até que amanheceu e o sono veio leve e pacífico, já não era mais hora de dormir, e a vida continua apesar da noite desastrosamente mau dormida, entre risos e medos é preferível a realidade do que o sonho que tive.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Levar outro fora...

O espetáculo

     Calma! Os espetáculos raramente terminam sem aplausos, nem mesmo os incidentes que encerram uma vida têm a capacidade de acabar sem uma solene despedida, em lágrimas, em aplausos ou até mesmo em ensinamentos.
     Imagine-se em uma cena, onde é apresentado o que você sabe fazer de melhor, onde são apresentadas coisas que foram custosas para aprender nesta rotina da vida, e ao final dar-se a impressão de um espetáculo vazio, de uma platéia silenciosa... E de repente quando está quase encerrando, dando o seu melhor, o seu máximo, vem algo e lhe derruba e recebes uma queda dolorosa e então a platéia dar sinal de vida, a platéia fica alerta ao espetáculo. E você não sabe o que fazer, pensa em sair do palco, visto que já apresentou o que tinha de melhor e a platéia só deu sinal quando o seu pior veio a acontecer, o que você ia fazer ali, já deu tudo o que você tinha de melhor, já está farto, cansado, necessita urgente de um repouso, e então se arrasta para a beira do palco como se estivesse se retirando, alguns da platéia levantam-se e saem, outros começam a vaiar, chama-o de covarde, de fraco e egocêntrico. Sua cabeça gira a mil, e fica divido em dois turbilhões de pensamentos. Se alguns já se levantaram e foram embora, você precisa pelo menos dos que estão vaiando, eles são uteis, essenciais para quando as cortinas fecharem, pelos que vaiaram você fica. E então recomeça do zero, começa a se levantar e enfrentar a queda que levou, a reconstruir e planejar novamente, a platéia fica atenta em suspense, alguns não acreditam que você vai conseguir superar, outros aguardam por um final trágico... E você como espera o final?
      A adrenalina está no ar, a aventura de superar, de enfrentar os desafios, trás emoção e mais personagens ao palco, os coadjuvantes contracenam com você, alguns deles até saíram da platéia e entraram em cena também, agora o espetáculo está bom, até você está gostando, e não quer ver o final, prefere a emoção, a adrenalina, conhecer os novos personagens... não quer que o espetáculo encerre... Quando inesperadamente você escorrega de um precipício e sua vida se encerra, ali ela teve um fim, ali ela teve o recomeço em outro mundo. E você infelizmente foi se lamentando pelo fim inesperado do seu espetáculo.
Sobre um monte senta-se e reflete toda a trajetória apresentada no teatro.
     Percebeu que nos momentos em que você contracenava sozinho mostrando todas as suas habilidades, talentos e aprendizagem, não se ouviam ruído algum vindo da platéia, para você era sinal de respeito pelos seus dons, mas na realidade não havia ninguém maravilhado por tanta coisa que você sabia fazer, todos estavam entediados com tanta coisa boa, tanta coisa certinha... Tanto que a platéia só deu sinal quando você foi derrubado do seu orgulho e otimismo, oras, mas por quê? Bem, foi neste momento que você percebeu que existem os “outros” na sua vida, tudo que você aprendeu parece até que devia gratidão somente a si mesmo e contracenava ali autônomo de si. E porque alguns levantaram e foram embora e outros vaiaram? Seria mais viável se todos fossem embora juntos e acabava todo o espetáculo. Os que vaiaram foram seus mestres e conselheiros, os que foram embora são os tratantes da vida, que passam somente para rir do seu desespero, os que subiram no palco são seus amigos. Quando você estava decidindo entre descer ou segurar os poucos que permaneceram na platéia, você estava decidindo em desistir ou continuar a vida. Parabéns você decidiu continuar, e continuou com mais vontade, mais humildade e caráter, sua vida ficou mais alucinante, e disso você não queria abrir mão tão cedo. Acontece que sua vida foi cortada inesperadamente, e você foi se lamentando. Esqueceste que tudo que vivemos tem chances únicas, esqueceu que os amigos que contigo contracenavam precisavam de palavras amigas, de abraços, de carinho. Esquecestes de dar mais tempo às alegrias do que às dores, esquecestes da fé pela intuição do certo ou errado. E sua vida foi partida em lamentações. Deixando corações tristes, desesperados, doloridos... Infelizmente falhou na previsão do encerramento do seu show, não permitiste que cada cena terminasse para um novo capítulo. E a vida evaporou.
     As oportunidades são expostas, e as chances são únicas. Chance de sorrir, de cantar, de alegrar, de superar, de aprender, de se declarar... E a vida é um destino que pode ser interrompido a qualquer momento. E a melhor forma de afagar uma interrupção menos dolorosa é viver tudo como se fosse uma única entrega, uma única chance... Mesmo que o abraço de hoje seja o ultimo dê, nunca se sabe... Mesmo que as palavras de hoje sejam as ultimas, dê as melhores, pois podem ser as eternas, jamais termine um diálogo em discussão ou mau humor, pois esse arrependimento pode arder mais tarde. Seja um protagonista pacífico, compreensivo e humilde e fique atento de que o sucesso é apenas uma cobiça momentânea, não lute pelo sucesso, mas pelo bem estar de si mesmo e do seu próximo. 
     Desistir do palco da vida? Lembre-se que existe sempre uma luz no fim do túnel, acende-a. A platéia existe para ver o quanto você é capaz de superar, então dê o seu show, sabendo que toda cena precisa ser encerrada para um novo capítulo, finalize com gala, com energia e repletamente afável pelas pessoas que cruzam o seu espetáculo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sublime Silêncio

Do teu majestoso silêncio estás, a me olhar,


Nada mais preciso, nem anseio...


Em ti Senhor a minha liberdade, minhas asas
são teus braços abertos na Cruz.


Quando entras em mim, todo meu ser, se ilumina,
E o meu nada se faz tudo, pelo fogo do teu amor.
Preciso destes momentos sublimes,
Entre Tu, Senhor e eu grão de pó,
Leva-me com teu olhar, aonde tu moras Amado


E Sacia a angustia e a saudade de minh´alma pra sempre.


Fonte de Luz

Mãe,
fonte de luz
fonte de paz
fonte de sabedoria

Quando me aconchego aos braços teus
e sinto o calor e a certeza que estás comigo
é como se cessasse todas as sombras que em mim existia
é como se tivesse me devolvido a direção do meu voo
e me posto no caminho de sonhos e planos

Quando me enxergo na luz dos olhos teus
é como se dentro de mim restaurasse um jardim
que há poucos despertara repleto de flores
com o clarão dos seus singelos olhos

Quando me vejo em sua vida
é a segurança, a proteção, a gratidão
banhando de alegria todo o meu ser...

e se ...

Se eu não te amasse tanto assim
talvez eu não te chamaria de mãe,
mas com certeza seria a minha melhor amiga
pois sua pernsonalidade é inigualável
radiante de paz, alegria e amor.
E assim mesmo continuaria a te amar.

És a jóia, a preciosidade,
a marca do Eterno em minha vida
O amor que brotou em mim é o seu
que antes mesmo de eu nascer já preenchia minha natureza de existir.

Obrigada por ser minha paz, minha luz e minha sabedoria.

A saudade significa...

Que nada é para sempre, mas sim um momento sublime do amor que permanece rico em nós. Quem tentar viver a saudade em sua essência perceberá o quanto ela contribui para um amadurecimento emocional mais equilibrado e fecundo. Imagina se tudo fosse para sempre, imagina se tivessemos que ficar ao lado de quem gostamos por 24h, se tivessemos que ter em nossas vidas todos os amigos e conhecidos que por ela passaram, nós humanos ficaríamos ocultos da beleza natural da saudade. Saudade é sinônimo de valor, de aprendizagem e amadurencimento. Meses atrás confesso que não consegui conviver com a saudade, a ponto de me deixar ser dominada por ela e deixar a saudade me transformar em doentia e obcessiva, frágil e sensível... após passado o lado angustioso do sentimento compreendi que usufrui em alguns momentos de maneira incorreta deste sentir. Ao invés de agradecer, de manter firmeza, coragem, boa estima... foi tudo como um feitiço contra o feiticeiro, tudo ao contrário: desânimo, angústia, sem senso, patagônica.
Acredito que apesar das consequências talvez consiga equilibrar mais o meu emocional da próxima vez, e como terão próximas vezes... nada é pra sempre.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dia de Sol

     Primeira postagem do ano graças ao calor do sol, vivemos dias bastante chuvosos entre dezembro e janeiro, aguardei o sol voltar mesmo que por algumas horas do dia, para aquecer o meu espiríto de amante das letras. Confesso que passei dias sombrios, e garanto com toda certeza que nenhuma bebida aquece o suficiente quanto o calor do sol ou de um abraço confortador. Tantos assuntos submergiram a mim, mas e a vontade de fazer um simples login e começar a combinar os dígitos de maneira lógica simplesmente se ausentaram. Mas hoje estou animada, tenho muitas coisas para contar, desde o Natal, até a virada do ano; desde o meu lado particular até o mais descontraído; e para combinar farei os acréscimos de ideologias e críticas de situações cotidianas.
     Acredito que o melhor estar por vir, desde que eu esteja bem receptiva, já sei que meu mau humor só me deixa incrivelmente assustadora, 'socialmente falando'. Neste longo período de chuva aprendi que a melhor pessoa que pode me fazer feliz, sou eu. Meus poucos e significantes amigos aparecem como o vento, outros até me ofereceram até um mero abrigo emocional para que eu me confortasse de mim mesma, é inevitável a presença dos amigos para que eu possa me tornar mais feliz.
     Além do frio, a ausência temporária da minha 'mamusca' (27 dias) contribuiu para eu descobrir o quanto sou frágil (eca! eu nem sabia que isso era tão intenso), até hoje ainda me encontro em estado de superação. Puts, mas se foi chato esse período, como foi! Hoje volto a redigir, descobri descritos meus de 6 anos atrás,é muito engraçado, eu até me pergunto se aquilo era eu, depois eu posto alguns desses descritos, mas uma coisa é certa: minha grafia era melhor do que a de hoje! Atualmente não tenho mais grafia e sim uma coleção rabiscos que parece até uma arte peculiarmente abstrata. a única vantagem deles é que só eu entendo (às vezes desentendo, natural isso!). Mas é fantástico, neste tempo de repouso descobri que gosto de filmes (legendado preferencialmente), descobri também que entro em tédio em arrumar a casa, ainda mais sozinha (que horror, é um martírio!), descobri que gosto de cozinhar na companhia de um bom vinho e alguém para conversar, percebi que doei 60% dos meus vestimentos e que meu quarto vira uma zona dentro de três dias, descobri que preciso de motivação, de planejamento, de determinação e foco para dar continuidade aos meus anos que se seguem. Vale contar que nesse período fiz amizades que me motivaram a dar continuidade aos planos missionários, nessas amizades de menos de duas semanas percebi que as pessoas são demais sedentas para um diálogo e que tem uma confiança bem sincera em mim (ainda nem entendi o porque, mas isso é legal). Percebi que tenho força de vontade, que em mim existe alguns planejamentos, mas que preciso organizar-me para dar seguimento. Preciso dar continuidade na campanha e no filme que serão de minha autoria, preciso administrar e aconselhar mais pessoas a ficarem mais unidas, preciso aprender a fazer uma lista de planos e acreditar que todos vão dar certo. O meu 'pé frio' me impede muitas vezes de acreditar que algo vai dar certo, talvez seja por isso que eu pouco comemoro uma vitória... talvez descrevendo assim eu possa entender o que devo melhorar, e para isso conto com o apoio dos meus amigos, colegas, conhecidos, desconhecidos... para fazer deste ano um Kantinho diferente e renovado em minha vida.