sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Cena no metrô

Recentemente estive andando de metrô, e vi uma cena que demorei para acreditar ser real e o que realmente acontecia de fato. Quando estou quieta seguindo a algum destino de metrô tenho o hábito de olhar a paisagem que de vez em quando aparecem em algumas estações de paradas do metrô, tem vezes que me pego dormindo de olhos abertos e tomo baita susto (dormir de olhos abertos existe? Nem sei, mas me pego em um horizonte imaginariamente profundo). No vagão em que me encontrava havia uma garotinha de aproximadamente quatro anos, era fantástica a forma com que ela se divertia ali dentro sem cair com as turbinadas que o metrô dava frequentemente, ela tinha uma alegria que à conduzia a um equilíbrio corporal, e sorria tão linda e feliz... fixei minha observação nesta criança, até o dado momento em que ela tinha que partir. Até então eu não havia visto quem acompanhava a pequena. Antes do metrô parar a garotinha se aproxima de um homem que segura em seu ombro e ergue o corpo e logo uma mulher com um bebê no colo também se levanta. A menininha de quatro anos brincava com a mão do homem, que se movia à procura das mãos da menina, nesta dinâmica toda o homem põe a mão no ombro da mulher que com a criança no colo tentava se equilibrar no vagão em movimento, era uma cena meio complicada pois não havia nenhum suporte para tentar pegar equilíbrio, mas mesmo assim a mulher cedia o próprio equilíbrio e também ao homem, mas aí eu me perguntei, porque ele está segurando no ombro dela? Será que ele não pode se equilibrar sozinho? Percebi que ambos eram um casal e junto com as crianças era uma linda família. Ao descer do metrô a mulher colocou o bebê nos braços do homem, a pequena garotinha acenava e sorria para todo mundo, parecia uma princesa, olhei nos olhos do homem para tentar compreender toda a cena, e percebi que ele era cego e toda a cena se resumia em um ato de amor fraterno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário